Hoje aproveitei o dia de folga e fui com a fofa da Aline, minha roommate (e que fotografou tudo), para um lugar maneiro. Eu nunca vi um desses no Brasil, pelo menos não com tanta variedade.
Eu nunca havia ouvido a expressão "mercado de pulgas" antes, só aqui. E é claro que eu, literal que sou, fiquei imaginando um monte de gente vendendo pulgas (sério). Sabe aqueles desenhos de 1900elávaifumaça que tinham os circos das pulgas, com várias pulguinhas malabaristas, dançarinas, equilibristas, etc? Foi mais ou menos isso o que eu pensei quando me convidaram pra ir a um mercado de pulgas. Só entendi o que era quando li a expressão em inglês, hahaha. E é muito legal!
Num "flea market" (vou usar esta expressão pra não confundir minha mente, ok?? hahaha) vende-se de tudo. Como está na placa, o que é lixo pra alguém é ouro pra outra pessoa. Esta feira aconteceu em dois andares de um estacionamento, um espaço muito grande! E havia muita gente expondo de tudo (de coisas da avô até comida) por preços assustadoramente baratos.
Funciona de forma parecida com as feiras de artesanato no Brasil: é preciso pagar um preço para expor seus produtos (em média 10 euros), mas a entrada é franca para os clientes. Diferentemente do Brasil, os expositores não recebem qualquer mesa ou espaço para expor seus produtos, então, como este aconteceu num estacionamento, as pessoas abrem as malas dos seus carros e usam como mesa. Outras colocam mesas que levam de suas casas, araras de roupas, etc.
Há roupas, casacos, vestidos, sapatos, tudo a preço de banana.
Os produtos que eu vi mais caros foram casacos de pele legítima, mas custavam entre 200 e 500 euros (no Brasil geralmente custam de R$900 pra cima). Eu não usaria um casaco desses, mas há quem goste, né. De resto, vi um casaco de couro legítimo de excelente qualidade, usado umas 3x no máximo, por 50 euros, e foi a segunda peça de roupa mais cara do lugar. Todas as demais roupas, quando eram muito caras, não custavam mais de 20 euros, e eram suficientes pra aguentar um frio do tipo "brace yourselves." Tinha também saias, blusas de verão... enfim, "all kind of stuff."
Havia muita gente vendendo roupa. E, apesar de serem todas usadas ou com pouco uso, estavam em excelente estado de conservação, sem fios puxados, sem manchas, sem aparência de velhas. Algumas nem haviam sido usadas. Mas a feira parecia um despacho gigante, tinha todo o tipo de coisa por lá - e, repito: sempre a preços inacreditáveis.
Aqui, por exemplo, as coisas mais caras custavam 5 euros.
Aline comprou esta bolsa (que eu achei super legal =P) por 2 euros. Novinha, a menina nunca havia usado.
Pela idade dos livros, eu achei bem razoável o valor de 1 euro por cada um. Alguns até custavam menos. Achamos, também, alguns jornais velhos (mais baratos do que os livros) e até edições de Lusíadas, Dom Quixote e A Divina Comédia por um euro e meio cada!!!
Siiiim, malas antigas! Algumas com mais de 50 anos. Tudo baratinho.
E até xícaras de porcelana achamos por lá.
E algumas barracas (sei lá como chamar isso.. algumas malas de carro abertas? Rsrs) vendiam de tudo mesmo. Até Escudo Português, a moeda antes do euro. Cada nota/moeda custava um euro.
Aposto que nossas avós passariam hooooras falando sobre curiosidades de quando eram moças se olhassem esta mesinha. Que coisas fofas!!!
Ou então olhando estes vários relógios...
Os escritores pira nas máquinas de escrever "novinhas", à venda com este lindo toca mini-LP. Eu nem quis saber o preço dessas coisas que era pra não cair em tentação!
De fato, vende-se de tudo num "mercado de pulgas", mesmo que eu não entenda de que forma elas usariam isso!! Hahaha XD
Mas não apenas coisas são vendidas lá. Também há o que comer. Aline provou duas iguarias daqui: uma (deliciosa, por sinal) quiche de cogumelos com fiambre (que teoricamente é presunto, mas ela achou um pedaço de bacon perdido no meio...) e, de sobremesa, um salame de chocolate (não faço ideia de como é feito, mas parece uma torta alemã menos doce, com mais chocolate e com uma massa próxima de bolo. É bom!!).
Falando em comer, encontramos com a fofa da Erika e sua colega, Manoela (francesa), com os famosos doces da Menina dos Doces (e o tradicionalíssimo macarron - uma delícia - por uma bagatela. No Brasil você tira um rim por um macarron). Pra quem não sabe, macarron são esses biscoitinhos coloridos à esquerda da foto. São deliciosos!!! E a Manoela faz com fruta de verdade, fica uma delícia phyna demais da conta!
Não batemos foto, mas também achamos gente que faz docinhos para cachorros - com e sem açúcar - por uns 2 euros no máximo. Coisa chique demais! =p
Enfim, "flea markets" são o futuro dos shoppings! Tudo muito barato com uma qualidade altíssima. O problema é que a maioria dos produtos é usada, então quando se acha algo que realmente valha a pena e que caiba perfeitamente em você, é preciso comprar logo, antes que alguém o faça. Este tipo de feira costuma acontecer na rua mesmo (imagina que tudo geral com o carro aberto vendendo bugiganga na calçada!), mas, devido ao tempo instável nesta época do ano, algumas ocorrem em ambientes fechados.
Não deixem de ir caso achem algum acontecendo. Vale demais a pena! É o tipo de lugar que você compra presentes de natal pra família toda com 20 europeus no bolso, mas tem que saber capinar! ;)
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