Só amor não enche barriga. É tempo de prioridades. A vida está rápida, o calendário passa cada vez mais depressa. Ainda ontem era Natal; hoje já é quase metade do ano. E o que você fez da vida enquanto isso? Começou algum projeto que pretendia? Concluiu algum projeto antigo? Conseguiu fazer pelo menos metade das metas que desejou até o fim do ano? Porque já estamos rumo à metade do ano e deixar tudo pra cima da hora é muito estressante, tem grandes chances de dar errado ou não sair exatamente como o planejado. Amou um pouco? A todo momento ou nas horas vagas?
Se só amor enchesse barriga, eu não teria saído da casa de mãe, dos braços do namorado e do aconchego dos meus gatos e cachorros. Eu não teria me aventurado no mundo, não ligaria muito para minhas notas altas, não precisaria sair correndo atrás de contatos e não me preocuparia com dinheiro. Só o amor bastaria e todo o resto seria conseqüência.
Mas isso tudo eu faria em um mundo ideal, cor-de-rosa, num castelo de princesa. Pessoas que já têm tudo podem optar pelo amor acima de tudo. Pessoas que não têm nada precisam ter prioridades, pelo menos em um momento da vida. Ou ama, ou vive. Só amor não é capaz de fazer brotar dinheiro, não consegue ainda fazer almoço nem janta, muito menos alimentar o cachorro. É que sem comida nenhum amor dura muito tempo. Inanição mata. O problema do amor é que ele faz a gente achar que pode tudo só porque ama, como se o amor estivesse mesmo acima de todas as coisas.
O bom do amor é quando ele impulsiona as pessoas, quando ele faz com que uma pessoa olhe pra outra, inspire-se nela e queira voar tão alto quanto ou até mesmo mais. Não digo que a parte boa é quando têm essa vontade de forma invejosa, mas sim quando esta vontade é um plus. Aí, sim, o amor enche barriga, porque aí dá condições para que as duas pessoas (ou três, quatro, dependendo do relacionamento que tiverem...) possam seguir suas vidas de forma plena, cada uma em seu caminho, mas as duas no mesmo foco. Aí o amor é lindo, cor-de-rosa, porque serve para unir, inspirar, evoluir, potencializar resultados. O amor só não enche barriga quando apenas uma parte dele luta por independência (do amor, digo) enquanto a outra permanece deixando-o em estado de stand-by, nesta condição de amor que não potencializa, que não participa de evolução, que não inspira. Esta condição de amar simplesmente porque é lindo, porque ama.
A vida é feita de prioridades. E amor de verdade respeita e entende essas prioridades. É por isso que eu escolhi correr atrás das minhas, morar temporariamente longe das pessoas que eu amo para que eu possa evoluir um pouco, tanto profissional quanto pessoalmente. Não acho que eu esteja fazendo errado, e nem acho que todos tenham que fazer o que fiz. Cada um sabe a prioridade que tem e as coisas que precisa fazer para realizar as evoluções em si mesmo e potencializar o que é necessário. Com amor isso fica mais fácil, conseguimos focar mais nos nossos objetivos. Se as duas partes estiverem em uníssono, fica ainda mais bonito o resultado final. Mas basta um descompasso pro amor se tornar chave para uma série de problemas, o que desconstrói a figura romântica do amor. Se bem que a figura romântica do amor varia de acordo com o uso que fazemos dele. Afinal, só amor não enche barriga, né?
p.s.: Não estou entrando nos méritos deste post aqui. Percebam que não estou falando nada sobre economia. Por favor, não confundam as coisas. Estou falando do amor enquanto sentimento, da evolução de cada um enquanto seres humanos por intermédio do amor - ou sua estagnação por não deixar o amor fluir tanto quanto ele próprio quer.
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