8 de out. de 2014

"But put me in summer and I’ll be a — happy snowman!"


Dessas modinhas de Facebook, Twitter and so on, a que me deixa mais nostálgica talvez seja a de 12 de outubro. Nada contra, até gosto de lembrar da época boa em que minhas preocupações se resumiam em sair correndo da aula de inglês pra chegar em casa e ver Sessão da Tarde. Mas eu não lembro de ter sido feliz em casa vendo TV.

Na verdade, uma das coisas mais felizes da minha vida foi ter visto neve. Qual criança do hemisfério sul tropical não gostaria de passar um período da vida sentindo frio até a ponta da espinha? Qual não gostaria de ficar perdida em Nova Iorque em dezembro e precisar enfrentar temperaturas abaixo de zero em vez desse calor desgraçado subsaariano em pleno Brasil? Acho que uma das vontades mais bem criadas pela Disney foi o desejo de fazer um boneco de neve, daqueles com cenoura, galhos no lugar das mãos e todas os clichês dessa época. Well, eu fiz.


Confesso que é divertido recolher gravetos em meio à neve pra não deixar nosso Olaf aleijado. Não que isso seja ruim, mas pense em meninas sul-americanas de 20 a 25 anos que estão realizando um sonho pela primeira (e última?) vez e precisam de tudo nos mínimos detalhes, tal qual Disney pintou. É isso. Foi divertido rolar na neve e ficar parecendo uma criança de 5 anos que nunca viu neve, porque eu nunca vi mesmo. Foi divertido vê-las fazendo isso como fossem crianças de menos até do que 5 anos, porque éramos mesmo. E só tínhamos 3h30 pra aproveitar nossa velha infância.


E nos apressamos a montar o Olaf pra que ele saísse tão retardado quanto nós. Não porque somos retardadas, mas porque fomos felizes naquele momento. Não que não fôssemos felizes normalmente, só estávamos buscando motivo pra isso. E se preciso fosse, subiríamos ao topo do mundo pra alcançar. Acho que, no fundo, foi isso mesmo o que fizemos: escalamos uma cordilheira pra ficar rolando no chão feito retardadas de 5 anos que tomaram ecstasy pela primeira vez, num frio abaixo de zero e depois de fumar maconha. Em pleno verão tropical. E quer saber? Nothing has ever been so nice so far. Não que tenhamos, de fato, nos drogado, mas a sensação era exatamente essa.

No fim das contas, acho que sorrimos mesmo, nos esfregamos na neve, tivemos gelo nos nossos sapatos, fomos crianças como há muito não éramos. Todas, sem exceção. E, apesar do sorriso não ser o mais espontâneo nem o mais aberto, foi um dos mais sinceros em meses e me fez sentir criança de novo, quando tudo era tão mais fácil e livre de problemas.



Eu fui feliz - por três horas e meia e uma dose dupla de whisky sem gelo.

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