7 de jul. de 2015

"Giving the Academy a rain check"

Acaboooou  \O/
Acabaram-se as noites mal dormidas, o sofrimento, o desespero, a vontade de vender água de coco na praia... c'est fini. Cabô. Já era. Agora é terminar uma e outra burocracia, fazer as malas e TIRAR FÉRIAS depois de quatro agonizantes anos 

A defesa da minha monografia, uma análise discursiva sobre o conceito de língua num texto do século XVI, foi aprovada com nota máxima. Isso foi uma surpresa, admito. De todo modo, foi muito gostoso ter esses seres do meu lado nesse dia estressante!






Tive a chance de mudar para o curso que eu originalmente queria, Relações Internacionais, e, pensando pelo lado financeiro, talvez tivesse sido uma boa opção. Mas não: saí de Letras na Uerj pra Letras na UFOP. Acho que poucos entenderão o gosto que eu tenho em identificar nuances em textos, entender de que forma eles foram elaborados, dissecar discursos e encontrar traços da identidade do sujeito em algumas poucas palavras escritas ou ditas, mas eu gosto. E eu vejo utilidade disso no dia-a-dia de diversas formas - inclusive nas relações internacionais. Pense nos discursos políticos: quem escreve? Com qual finalidade? O que deve ser dito ou não para alcançar o objetivo almejado? Pense nas traduções da ONU: o que seria dos tratados internacionais sem uma pessoa especialista em reconhecer o dito e o não dito, em identificar de que maneira um determinado conceito deve ser passado a uma cultura totalmente diferente daquela em que foi proferido. Pense na bíblia: como fazer com que tantos países, com culturas distintas, adotem um mesmo livro como referência religiosa? O trabalho do linguista é árduo e não se resume apenas a dar aulas.

Sei que a minha avó, por exemplo, gostaria que eu tivesse tido mais aptidão pros números. Desculpa, vó. Eu lembro do desespero que era entender o "português da matemática." Não me importa se Joãozinho tem 5 balas e quer dividir com 4 amigos; pra mim o importante é que ele não deixe ninguém desamparado. Não sei de que adianta saber com que velocidade um trem vai se chocar com outro se, no fim, muita gente vai morrer (aliás, sempre pensei que psicopatas gostam desse tipo de exercício - eu, particularmente, sempre pensei em como evitar o acidente iminente).

Talvez eu me volte mais pro business agora. Nunca escondi de ninguém que o que eu gosto mesmo é traduzir. Mas não descarto totalmente o mestrado acadêmico - afinal, quanto mais conhecimento, melhor. Eu só preciso de um pouco de férias, especialmente porque o último ano foi muito complicado. Mas o que eu preciso mesmo, e acho que tive nessa etapa final de curso, foi o reconhecimento da minha família e dos meus amigos mais próximos. Talvez só eu saiba o que me levou a fazer um curso da área de Humanas no Brasil, o que é entendido por muitos como um tratado de fome perpétua, mas saber que algumas pessoas entendem isso e confiam nas minhas escolhas é importante e reconfortante.


Por hora, descanso. 
E um martini com cerejas porque eu não sou obrigada!


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